A antena parabólica instalada em cima do quarto do jovem Rodrigo não captava somente sinais de TV. Era uma antena pequena, velha e de baixa tecnologia. Sempre enroscavam pipas em suas varetas enferrujadas. Mas ela tinha um poder incrível, ela captava e transmitia sonhos.
Com sua antena de sonhos, a TV não tinha mais graça. Legal mesmo era poder viajar num mundo paralelo, o mundo da imaginação. Nesse mundo, Rodrigo vivia as aventuras mais loucas e improváveis, e com a antena mágica compartilhava tudo isso com seus melhores amigos.
Um dia Dona Martinha, mãe do jovem sonhador, achou muito estranho o que viu ao entrar no quarto de Rodrigo. Ele estava de cueca, dançando e fazendo caretas com o fio da antena “conectado” na cabeça, colado com fitas adesivas. Essa mesma cena se repetiu por diversos dias.
Numa tarde de terça-feira, Dona Martinha decidiu arrancar do telhado e jogar fora a tal antena que estava deixando o seu filho maluco. Rodrigo chegou da escola e viu na lixeira de sua casa a antena de sonhos toda quebrada. Foi um dia muito triste, sem sonhos.
Os amigos de Rodrigo continuavam sonhando, mas ele não. Foi um longo período fora do ar, até que chegou o dia ensolarado e alegre que captou o sinal mágico de volta. Mas como isso? E a antena?
Foi aí que Rodrigo percebeu que a verdadeira antena parabólica captadora e transmissora de sonhos não estava no telhado de sua casa, mas sim dentro de sua cabeça e com um fio conectado no fundo de seu coração.