sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Texto - O Direito da Incerteza


 O Direito da Incerteza  


Ainda bem que entro em contradição,
Que mudo de opinião.
Ainda bem que hoje compreendo o que não compreendia antes
E continuo sem saber um monte de coisas.

Ainda bem que estou sempre em aprendizado,
Pensando diferente e fugindo do igual.
Ainda bem que odeio o que adorava ontem
E que adoro o que odiava antes.

Ainda bem que mudei, que evoluí e não estacionei a mente.
Tenho direito de ser confuso e idolatrar a dúvida,
Afinal, a vida é um caminho incerto e com diversas possibilidades.
Ainda bem que posso até questionar o que se diz correto e inquestionável.

E como já dizia o grande Raul,
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Ainda bem que amanhã posso odiar tudo isso que falei.

Ainda bem que tenho o direito da incerteza dentro de mim!



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Músicas para REFLETIR num dia de SILÊNCIO - Parte 7








Texto - Vítor Virtual


Vítor Virtual

Viva, viva! A internet banda larga, de altíssima velocidade, acaba de chegar até aqui e dominar o cérebro de Vítor, representando a “morte” social dessa presa tão fácil.

Olha só que legal, ele transferiu sua bela vida de vista panorâmica para uma cela de 17 polegadas.

Vítor só tecla, ele só navega, só baixa, só posta, só compartilha e não vive. Vamos aplaudir gente, ele está na moda! O doce engano da obsessão virtual deixa o pobre jovem em estado eufórico. Mas nada disso que ele é virtualmente se materializa para o mundo real.
  
Vítor, nada mais é que um medíocre ser virtual, inspirando downloads infectados e expirando uploads efêmeros. Viva, viva!


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Texto - Ratazanas Radioativas


Ratazanas Radioativas

Ratazanas radioativas invadem São Paulo
Estão famintas à procura do caos
Tomam as ruas, entram nas casas
Devoram velhinhos e crianças
Destroem carros e zombam da ordem humana.

Viva o Rato Rei, viva o Rato Rei!
Agora os humanos se escondem nos becos sujos
Rezam para não serem pegos por armadilhas caça-humanos
E decoram os esgotos da metrópole.

Viva o Rato Rei, viva o Rato Rei!


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Texto - Algo Estranho


Algo Estranho

Eu sou uma sombra no escuro
Um retrato de alguém sem importância
Eu sou um suicida incontrolável
Saltando de um trem.

Eu sou várias faces misturadas
Eu não sou ninguém
Eu sou a espera de alguém
Alguém que não vem.

Abra os teus olhos, tente ver na escuridão
Tente fugir, tente escapar dessa prisão
Eu sou a presença, mas não estou aqui
Eu sou o começo, bem perto do fim.

Eu sou o tesouro, nunca encontrado
Eu sou o enigma indecifrável
Eu sou uma luz apagada na madrugada
Eu sou uma história com palavras que não dizem nada.

Eu sou algo insano, quase profano
Eu sou o mistério
Eu sou um estranho...

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Texto - Consumismo na Sociedade Injusta


Consumismo na Sociedade Injusta

Todo final de ano eu tenho sempre o mesmo sentimento. É um desânimo que sinto ao ver o consumismo desenfreado e a futilidade pregada pela classe média. Essa necessidade asquerosa de possuir; possuir o carro recém-lançado no mercado, roupas de grife, equipamentos eletrônicos, comidas e bebidas caras. Esses esquecem que do “pó viemos e ao pó retornaremos” e que nossa existência é um piscar de olhos.

Por que eles não pregam a paz? Por que a exploração da força de trabalho? Será que é culpa do sistema? Tenho tantos porquês, e nenhuma resposta!

O consumismo gera lixo, reflete a nossa sociedade que está cada vez mais descartável. O Natal parece perder o seu verdadeiro sentido. Vejo as lojas ficando abertas até mais tarde e os funcionários cansados e estressados. Eu penso na necessidade dessas pessoas em trabalhar horas a fio, mas também penso nas famílias que ficam aguardando elas em casa.

Para terminar gostaria de recordar que uma sociedade injusta gera consequências gravíssimas para as gerações futuras.

Miguel Ouríves